UNIVERSIDADE
DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO
DE EDUCAÇÃO CAMPUS VIII/ PAULO AFONSO
LICENCIATURA
INTERCULTURAL EM EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA – LICEEI
Componente
Curricular: Linguagem
Docente:
Maria Nazaré Mota de Lima
Discente:Maria do Carmo Souza Santos
Povo
Indígena:Kiriri
SÍNTESE:
Reflexão:
Um Pensamento Indígena
No texto autoria de Paulo Freire, 2004 “Viver é recriar”: um diálogo sobre a
educação indígena, o autor diz que uma das características fundamentais do
processo de dominação colonialista é a necessidade que o dominador tem de
invadir culturalmente o dominado. O que a invasão cultural pretende, entre outras coisas, é exatamente a destruição,
o que felizmente não consegue em termos concretos. É fundamental ao dominador:
triturar a identidade cultural do dominando.
Quando a classe colonizadora
dominante chegou ao Brasil, se deparar com os índios que aqui viviam se
aproveitaram da ingenuidade que aparentavam. Assim como fizeram com os negros
da África, os colonizadores, também chamados de homens brancos, usaram táticas
e foram convencendo os índios de que eles eram seres inferiores, sem historia e
seus modos de vida estavam errados, oferecendo assim novas formas de como era a vida na sociedade,
fazendo-os seguir uma religião, no caso, a católica. Com isso conseguiram impor
normas nas quais se colocavam como povo da verdadeira história, convencendo-os
a segui-lós e a partir daí dominá-los tornando-se escravos para trabalhar na
mão de obra. Diante dessa colonização, muitos índios fugiram para as matas e se
sentiram obrigados a praticar seus costumes escondidos, para que não fossem
perdidos de vez. Além disso, muitas histórias foram esquecidas, é tanto que nos
livros didáticos nacionais vem escrita a historia na versão do colonizador, são
poucos os livros que contam a versão indígena de que o Brasil foi invadido,
pois naquela época os índios já viviam nesse território, eram povos que tinham
história, costumes, modo de vida, religião e sua própria língua. Com a chegada
do colonizador foram obrigados e convencidos a seguir outra cultura e também a
aprender essa história de que o Brasil foi descoberto, mas, graças à
resistência do povo indígena que vive há mais de quinhentos anos sofrendo
massacre, esse não demonstrou cansaço e fez de cada perseguição um motivo para
continuar firme na luta pelos seus direitos. Hoje, essa história vem sendo cada
vez mais reconhecida, reafirmando que o índio e o negro são a verdadeira
história do Brasil.
Em outro parágrafo do texto
o autor diz que na medida em que o educador é um ser político, ele tem que ter
uma relativa clareza, pelo menos com relação a sua opção política, o que vale
dizer que ele precisa se perguntar: em favor de quem eu trabalho em educação,
em favor de que, ou, em outras palavras, qual é o meu sonho enquanto educador?
Nessa última fala do autor
vem uma reflexão que nós, enquanto educadores em escolas indígenas, devemos nos
fazer sempre, pois em uma comunidade indígena somos mais que um professor,
somos uma liderança que está ali buscando o melhor para os nossos alunos e povo.
Há uma grande cobrança tanto dos alunos quanto dos pais e eles estão certos,
pois ninguém quer viver angústia como no passado, e como diz Paulo Freire “não
é o discurso que valida a pratica, é a pratica que dá vida ao discurso”, ou
seja, não adianta só falar bonito tem que fazer bonito, é pôr mesmo a mão na
massa.