quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Trabalho em grupo: JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS UILIAN CONCEIÇÃO DE SOUZA RODRIGUES EDMARCOS PONCADA SANTANA SINIVAL FERREIRA DA CONCEIÇÃO



UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDC – CAMPUS X
LICENCIATURA INTERCULTURAL EM EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA LICEEI – COMPONENTE CURRICULAR “Letramentos e Alfabetização na Escola Indígena: teorias e práticas”

JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS
UILIAN CONCEIÇÃO DE SOUZA RODRIGUES
EDIMARCOS PONCADA SANTANA
SINIVAL FERREIRA DA CONCEIÇÃO







RESUMO










TEIXEIRA DE FREITAS – BA
2013



JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS
UILIAN CONCEIÇÃO DE SOUZA RODRIGUES
EDMARCOS PONCADA SANTANA
SINIVAL FERREIRA DA CONCEIÇÃO










RESUMO

Atividade apresentada a Universidade do Estado da Bahia. Departamento Campus X, como requisito para obtenção de nota no componente de Letramentos e Alfabetização na escola indígena: teorias e práticas, sob orientação da Prof. Dra. Maria Nazaré Mota de Lima.








TEIXEIRA DE FREITAS
2013


ALFABETIZAÇÃO NAS ESCOLAS INDÍGENAS


A alfabetização é a base fundamental para o ensino, pois devem se ter uma maior preocupação com as séries iniciais, haja visto que neste período é onde se constrói os princípios fundamentais para um bom desenvolvimento educacional. Esse período de alfabetização é um momento de pensar o profissional com formação adequada para este tipo de ensino, ou seja, dar-se uma atenção especial para esses profissionais atuantes dessas séries iniciais, como por exemplo: capacitação e formações específicas para os mesmos.
As escolas indígenas de nossas comunidades passam por dificuldade neste ensino por não possuir profissionais com formação específica o que está afetando o ensino aprendizagem dos nossos alunos, às vezes devido à demanda ser grande, muitas vezes o profissional é lotado num setor da escola que tem necessidade ou vice versa, ficando as salas de aula com profissionais leigos nesta área de ensino. Esse problema está afetando todas as escolas indígenas e juntando com as situações políticas interno e externo da comunidade acaba atrapalhando os movimentos da educação escolar indígena.
“Falar de analfabeto que lê e escreve parece algo contraditório. Na mesma logica, no entanto, podemos falar de pessoas alfabetizadas, que dominam o sistema de escrita alfabética, mas que são incapazes de produzir textos em situações específicas...” (MORAES; ALBUQUERQUE. 2004). Pensando nas escolas indígenas Aldeia Velha, Águas Belas, Boca da Mata, Mata Medonha, podemos observar que na escola se encontra pessoas que sabem ler, mas não consegue interpretar nem produzir textos com coerência ou escreve com “erros”  ortográficos e não possui   gosto pela leitura.
O motivo desses acontecimentos e os processos pelo qual estamos passando, se explicam pelo fato da má alfabetização que se encontra em nossas escolas. Onde muitas vezes os problemas estão na falta de politica de intervenção nos trabalhos realizados nas series iniciais; o acompanhamento das famílias; o interesse dos alunos; material didático; a infraestrutura; mobiliário adequado para o ensino; superlotação das salas; salas multisseriadas e a autonomia institucional.
E diante dessas situações/problemas chegamos à conclusão que para desenvolver as atividades educacionais nas escolas indígenas com o intuito de diminuir essas dificuldades que tem afetado o rendimento dos alunos, como por exemplo, o alto índice de reprovação anual, é preciso atender aos mecanismos que dará suporte a educação escolar indígena, devendo-se elaborar um currículo específico, formação continuada, projetos para elaboração de materiais didático/específico.
A escola precisa criar mecanismo para atrair os pais para a ela; projetos no qual a participação e a parceria entre a comunidade, escola e órgãos públicos competentes poderá de fato contribuir para essa realidade, voltados não só para o ensino fundamental II especificamente, mas principalmente para toda a educação básica, ou melhor, do pré-escolar ate o ensino superior.
Os projetos que contribuiriam para o nosso desenvolvimento além dos já citados são: Escolas técnicas e outros cursos superiores para amparar os alunos que terminaram o ensino médio, concursos públicos diferenciados para os professores indígenas para atender e fortalecer as instituições de ensino indígena, além da criação da Universidade Federal Indígena onde poderemos desenvolver nossas pesquisas para atender as nossas necessidades.
É preciso que estejamos juntos num grande intercâmbio de conhecimento escolar indígena, pois assim os nossos objetivos tomará força e crescera numa proporção grandiosa. Assim nossas conquistas terá o tamanho de nossos sonhos.

NÁDIA BATISTA DA SILVA




UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO, CAMPUS X
LICENCIATURA INTERCULTURAL EM EDUCAÇÃO ESCOLAR INDIGENA – LICEEI
COMPONENTE CURRICULAR: FORMAÇÃO DO PROFESSOR PESQUISADOR INDÍGENA lV










NÁDIA BATISTA DA SILVA










O processo de alfabetização entre os Tupinambá de Olivença: para quê e para quem alfabetizar?














TEIXEIRA DE FREITAS
BA – 2013

NÁDIA BATISTA DA SILVA











O processo de alfabetização entre os Tupinambá de Olivença: para quê e para quem alfabetizar?









Texto apresentado a Dra. Maria Nazaré Mota de Lima, ao Curso de Licenciatura em Educação Escolar Indígena – LICEEI, a Universidade Estadual de Santa Cruz – UNEB, como requisito avaliativo da disciplina de Linguagem.









TEIXEIRA DE FREITAS
BA - 2013
O processo de alfabetização entre os Tupinambá de Olivença: para quê e para quem alfabetizar?

Nádia Batista da Silva [1]
 Ramon Souza Santos[2].

           A nossa experiência enquanto professor (a) indígena foi iniciado a partir da década de 1990, junto ao Coletivo de Professores Populares da Região Cacaueira- CAPOREC, com a EJA, baseada nas obras de Paulo Freire, que norteou a nossa maneira de refletir e agir, sobre qual a educação que queremos pra nossa comunidade enquanto povo e nos fez refletir a Educação Escolar Indígena,   e seus,  desafios num contexto maior que é político, social e econômico. O CAPOREC – Coletivo de Alfabetizadores Populares da região Cacaueira foi formado a partir da vinda de Paulo Freire aqui na região em 1992.
 Para nós do Povo Tupinambá de Olivença que iniciou o processo de alfabetização tanto com criança e também com a EJA, acompanhamos muitas famílias onde, parte das crianças que nunca havia estudado,  e dentre elas, algumas ainda  não tinham contatos com a sociedade fora da aldeia ( Olivença), pois viviam mata adentro devidos aos massacres que ocorreram no decorrer da história e fizeram com que as  gerações  que antecederam aos seus pais, ao optarem pela sobrevivência foram brutalmente obrigados a viverem isolados e negando a sua identidade cultural, com medo de serem torturados como os nossos ancestrais.
No momento em que percebemos a importância da educação, e do direito que temos garantidos na Constituição Federal, inicia-se uma nova perspectiva, e consciência daquele momento da apropriação do protagonismo do nosso povo, que em sua maioria adulta não tinham se quer documentação, ou seja, não existíamos para a sociedade civil enquanto cidadãos de direitos. E um novo momento nos remetia às reflexões como: existência, visibilidade, acessibilidade às informações, organização política e etc. Uma série de questionamento, nos toma com interrogações e perspectivas de que estamos vivendo um novo momento, na busca dos direitos garantidos na CF que é violado aos povos tradicionais de um modo geral. Foi nesse processo de educação que nos fez  refletir, e nos inserir na condição de protagonismo indígena da nossa própria  história. Então inicia um primeiro projeto de identificação das famílias e da Terra Indígena Tupinambá a partir das visitas aos mais velhos e anciãos, que ainda resistiam como verdadeiras bibliotecas vivas e com as informações precisas para o fortalecimento, organização também o reconhecimento de uma educação tupinambá que já existia, informalmente na Aldeia de Sapucaieira.
A primeira coisa emergente que começamos a fazer foi confeccionar o nosso material didático específico. Mas, como era possível um povo que não escrevia e obviamente não sabiam ler, iria construir esses materiais que, na nossa perspectiva seria como, plantar uma enorme árvore que futuramente daria os tão esperados frutos, que alimentaria essa educação pensada no momento? Então fizemos muitas vezes oficinas pedagógicas para a construção de materiais didáticos  usando, caixa de fósforo vazias pra confeccionar jogos silábicos, jogos matemátios, e jogo da memória. As oficinas aconteciam com os educando da EJA e com as crianças, e membros da comunidade que não estavam na sala propriamente, mas, que participavam pois era envolvidos na dinâmica. Outro ponto importante era o local ao qual era realizados tais oficinas.  
Aprendemos que a apropriação do saber principalmente da escrita tem um valor imensurável, e que podíamos ir muito mais além registrando todos os fatos e informações importantes para as aldeias, no que diz respeito a valorização cultural, fortalecimento étnica, social e ambiental  fomentando a auto -sustentabilidade, a qual contribui com a economia regional  na agricultura familiar. Essas informações nos ajudaram para pensar um conteúdo para as aulas, principalmente para os adultos que sentia a escola como um complemento do conhecimento que eles já sabiam e é claro que todos os valores são agregados na nossa escola. Esse tempo todo em que estivemos na escola, nos tornaram meros pesquisadores (as) com os alunos, outros professores (a), lideranças e anciões, não dávamos conta de que, eram as nossas pesquisas que eram repassadas para os alunos. As aulas diferenciadas são nada mais que, oficinas de práticas de saberes e trocas de conhecimentos. Conhecimento que eram transmitidos pelos anciões, verdadeiros Mestres da tradição oral.
A nossa primeira professora Pedrísia que aceitou e iniciou a alfabetizar em espaço improvisado na casa de farinha onde seu pai Sr. Pedro Brás tirava o sustento da sua família. “Diz Pedrísia:” os alunos tem contato com o nosso trabalho do dia a dia e é sobre ele que agente constrói os nossos conteúdos, por exemplo, um aluno escreveu uma letra do ritual porancin:

TEM UM MUNZUÁ, PRA MIM OIÁ,
TEM UM MUNZUÁ PRA MIM OIÁ;
EU OIEI TAVA CHEIO DE PIRÁ,
EU OIEI TAVA CHEIO DE PIRÁ,

A letra fala de um sonho, explica o curumim nhemboesara: e durante dias foi trabalhada na sala de aula, (casa de farinha) como tema gerador, pirá que é peixe na Língua Tupi, e as expressões linguísticas que ainda não tinham relatos sobre o assunto na aldeia.” Ainda com esse tema iniciou uma discussão sobre esse português falado na comunidade, e então percebemos o quanto a academia nos discriminava.
Nesse pensar, a educação diferenciada e comunitária do povo Tupinambá ainda tem muitos desafios a serem enfrentados e um deles é, revitalizar a Língua Tupy já quase esquecida, mas viva  no dia a dia das famílias nas comunidades .




[1] Graduanda em Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena – LICEEI, pela Universidade Estadual da Bahia – UNEB. Licenciada em Língua Portuguesa e Artes pelos Estudos Caxiense - EAD-Salvador.
[2] Graduando em Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena – LICEEI, pela Universidade Estadual da Bahia – UNEB

Trabalho em grupo: Agnaldo Francisco dos Santos e Elisangela Oliveira Barbosa



UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO, CAMPUS X
LICENCIATURA INTERCULTURAL EM EDUCAÇÃO ESCOLAR INDIGENA – LICEEI
                 DOCENTE: Drª.  Maria Nazaré Lima
ACADEMICO: Agnaldo Francisco dos Santos
                   Elisangela Oliveira Barbosa










                                                 
Proposta Societário de Povo

                                
















                                   Teixeira de Freitas
                                             2013
                                            
                           Agnaldo Francisco dos Santos
                           Elisangela Oliveira Barbosa











                                                 
Proposta Societário de Povo








Atividade apresentada a Universidade do Estado da Bahia, Departamento de
Educação, Campus X, como requisito para obtenção de nota no componente estudos  alfabetização e Letramento, sob a orientação da professora Drª. Maria Nazaré Lima.








Teixeira de Freitas
2013
Nós povos indígena  no Brasil temos um grau de organização bem elevado no que diz respeito ao controle social, especialmente nas áreas de educação e saúde, até mesmo porque foi duas área que os invasores usaram para tentar nos exterminar: na saúde em desqualificar e  satanizar os nossos pajés e nossos deuses, e introduzir em nossas comunidade bactérias e vírus das quais o nosso corpo não tinha desenvolvido o sistema de defesa contra aquelas doenças, pois no nosso meio não existia.
Na educação, desconsiderando a nossa língua,  afirmando que a nossa linguagem  é dialeto, não reconhecendo a oralidade como linguagens e nos classificando como povo sem historia.
’’linguagem mesmo é do colonizador, do colonizado é dialeto, é um negocio ruim, pobre, fraco, inferior, incompetente, não é capaz de expressar o mundo, a beleza e  ciência. Isso só se pode fazer na língua do civilizado, língua branca que é melhor, mais bonita, por que por trás dessa branquitude tem  tanto Camões. Essa é a concepção branca do Brasil mestiço com relação as culturas negras e dos índios do Brasil.” ( Paulo Freire, Pedagogia da Tolerância, pag. 26).
Hoje nos apoderamos das ferramentas que eles usam contra nós para fazer a nossa defesa e nos apoderamos  perante o não índio.
         Na saúde estamos organizados institucionalmente com os conselhos de saúde local, regional, distrital e nacional. Nas aldeias com os pajés e rezadeiros(as).
Na educação temos o fórum de educação que é formado por representante de todas as aldeias e representantes de organizações indígenas e indigenista, representantes da instituição gestora da educação e das instituições que faz o controle social dos órgãos públicos, FORUMEIBA estar representado na comissão executiva formada por representante do povo e organização. A secretaria é formada por um secretario e três subsecretário um de cada região da Bahia.
Quando nos visualizamos as nossas organizações, pensamos que as politicas publicas nestas áreas são boas ou estão bem encaminhada, mas não é bem assim, pois o estado tem apoderado das ferramentas que usamos e utilizam para burocratizar o nossos avanço em defesa do nosso direito. Na saúde não respeitam os pajés e rezadeiras(os) e nem encaminhas determinação dos conselhos, e muitas vezes subornam os conselheiros indígenas com ofertas de beneficio pessoal para enfraquecer o movimento ( emprego, tratamento especializado ...).
Na educação as leis que determinam uma educação diferenciada de qualidade não são respeitadas, pois as conquistas que conquistamos na justiça são inviabilizadas pelas instituições gestoras; varias construções das nossas escolas passam até cinco anos sem iniciar, com  recurso orçamentado e garantido, (  Escola Tupinambá Serra do Padeiro e Escola da aldeia Caramuru ). Nos professores trabalhamos em regime de escravidão sem vinculo empregatício e com salario menos do que os não índios, as nossas escolas não dispõem de autonomia na gestão. A nossa realidade ainda é de pessoas morrerem nos interiores das aldeias sem atendimento medico, muitas salas de aulas improvisadas sem material didático.
Mas diante de tanta perseguição  sistemática que ultrapassa 513 anos, nos temos projeto de povo e lutamos para conquistar a nossa tão sonhada autonomia. Sabemos claramente o que queremos, estamos implementando um projeto societário dos povos indígena da Bahia que é a criação da universidade indígena da Bahia, já temos a estrutura física cedida pelo povo Tupinambá de Serra do Padeiro através do cacique Babau: localizado no território tupinambá as margens do Rio Una na antiga Unacau a cinco km da cidade de São José da Vitória. Com essa Universidade em funcionamento acreditamos formar melhor os nossos guerreiros e acelerar os nossos encaminhamentos rumo à autonomia.