UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS X
LICEEI: LICENCIATURA INTERCULTURAL EM
EDUCAÇÃO
ESCOLAR INDÍGENA
DISCUPLINA: Língua portuguesa e
sociolinguística indígena II.
DOCENTE: Maria Nazaré Lima
POSSENTI, Sírio. Aprender a escrever
(re) escrevendo. Campinas: MEC/CEFIEL, IEL, 2007.
Silvanir S. Souza
O
texto Aprender a escrever (re) escrevendo é de autoria de Sírio Possenti,
professor livre docente no Departamento de Linguística do Instituto de Estudo
de Linguagem IEL/UNICAMP. O capítulo é subdividido em seis partes incluindo o
sumário no qual o autor traz sérias preocupações de como se trabalhar a
linguagem do aprender a escrever.
O
autor se preocupa com as condições para uma boa produção escrita, como
inventibilidade, inspiração, criatividade para motivar os alunos, destinada a
favorecer e facilitar a produção de textos.
O
domínio da escrita é “facilitado” se a escrita escolar levar em conta o
funcionamento da escrita na sociedade, ou seja, se forem consideradas na
prática escolar, certas características que a escrita tem na sua prática
social. Depende de que ela seja praticada, isto é, de que os estudantes
escrevam regularmente, na escola e fora dela.
Ou
seja, a escrita não é uma forma de testar eventualmente conhecimento da língua
e da grafia. A prática da escrita tem dois objetivos: escrever certo e escrever
bem. Para escrever certo, pode parecer que o caminho é óbvio: basta aplicar as
regras da gramática, mas feliz ou infelizmente, não se trata apenas disso,
infelizmente, porque o conhecimento de regras não necessariamente ao acerto na
prática. Felizmente porque o “erro” fornece boas ocasiões para aprender coisas
muito interessantes sobre língua.
Os
professores conhecem muito bem o problema dos erros de grafia, mas
eventualmente pode ser que avaliem de forma simplificada, até mesmo equivocada.
Por exemplo, podem achar que se trata de um conhecimento que os alunos deveriam
incorporar muito rapidamente – o que não pode ser verdade. Ou podem achar que,
fazendo certos exercícios os alunos deveriam aprender grafia de uma vez por
todas, o que também pode não ser verdade, ou podem achar que a permanência
desses erros denuncia falta de cuidado – o que pode até ser verdade – ou
indício de problemas psicológicos, neurológicos, auditivos, o que quase nunca é
verdade.
Embora
a escola, frequentemente imponha normas mais ou menos arbitrárias, é importante
considerar que também fora da escola há normas bastante rígidas para a escrita.
Autores e textos devem obedecer a um conjunto de normas mais ou menos explícitas
segundo Possenti.
Que
a “primeira” escrita decorra de um projeto ou de uma encomenda, como “no
mundo”; e que seja fruto de alguma pesquisa ou seja, que possa levar um certo
tempo para ser elaborada. (o exemplo analisado por Eglê Franchi – escrever a
partir de um fato que chamou a atenção de todos os alunos – pode ser comparado
às reportagens de última hora que um jornal deve publicar para não ser furado
pelas concorrentes).
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