UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO, CAMPUS X
LICENCIATURA INTERCULTURAL EM EDUCAÇÃO ESCOLAR INDIGENA – LICEEI
DOCENTE: Drª. Maria Nazaré Lima
ACADEMICO: Agnaldo Francisco dos Santos
Elisangela
Oliveira Barbosa
Proposta Societário de Povo
Teixeira de
Freitas
2013
Agnaldo Francisco
dos Santos
Elisangela Oliveira
Barbosa
Proposta Societário de Povo
Atividade apresentada a
Universidade do Estado da Bahia, Departamento de
Educação, Campus X, como
requisito para obtenção de nota no componente estudos alfabetização e Letramento, sob a orientação
da professora Drª. Maria Nazaré Lima.
Teixeira de Freitas
2013
Nós povos indígena
no Brasil temos um grau de organização bem elevado no que diz respeito
ao controle social, especialmente nas áreas de educação e saúde, até mesmo
porque foi duas área que os invasores usaram para tentar nos exterminar: na
saúde em desqualificar e satanizar os
nossos pajés e nossos deuses, e introduzir em nossas comunidade bactérias e
vírus das quais o nosso corpo não tinha desenvolvido o sistema de defesa contra
aquelas doenças, pois no nosso meio não existia.
Na
educação, desconsiderando a nossa língua,
afirmando que a nossa linguagem é
dialeto, não reconhecendo a oralidade como linguagens e nos classificando como
povo sem historia.
’’linguagem mesmo é do colonizador, do colonizado é
dialeto, é um negocio ruim, pobre, fraco, inferior, incompetente, não é capaz
de expressar o mundo, a beleza e
ciência. Isso só se pode fazer na língua do civilizado, língua branca
que é melhor, mais bonita, por que por trás dessa branquitude tem tanto Camões. Essa é a concepção branca do
Brasil mestiço com relação as culturas negras e dos índios do Brasil.” ( Paulo Freire,
Pedagogia da Tolerância, pag. 26).
Hoje nos apoderamos das ferramentas que eles usam
contra nós para fazer a nossa defesa e nos apoderamos perante o não índio.
Na saúde estamos organizados
institucionalmente com os conselhos de saúde local, regional, distrital e
nacional. Nas aldeias com os pajés e rezadeiros(as).
Na educação temos o fórum de educação que é formado
por representante de todas as aldeias e representantes de organizações
indígenas e indigenista, representantes da instituição gestora da educação e
das instituições que faz o controle social dos órgãos públicos, FORUMEIBA estar
representado na comissão executiva formada por representante do povo e organização.
A secretaria é formada por um secretario e três subsecretário um de cada região
da Bahia.
Quando nos visualizamos as nossas organizações,
pensamos que as politicas publicas nestas áreas são boas ou estão bem
encaminhada, mas não é bem assim, pois o estado tem apoderado das ferramentas
que usamos e utilizam para burocratizar o nossos avanço em defesa do nosso
direito. Na saúde não respeitam os pajés e rezadeiras(os) e nem encaminhas
determinação dos conselhos, e muitas vezes subornam os conselheiros indígenas
com ofertas de beneficio pessoal para enfraquecer o movimento ( emprego,
tratamento especializado ...).
Na educação as leis que determinam uma educação
diferenciada de qualidade não são respeitadas, pois as conquistas que
conquistamos na justiça são inviabilizadas pelas instituições gestoras; varias
construções das nossas escolas passam até cinco anos sem iniciar, com recurso orçamentado e garantido, ( Escola Tupinambá Serra do Padeiro e Escola da
aldeia Caramuru ). Nos professores trabalhamos em regime de escravidão sem
vinculo empregatício e com salario menos do que os não índios, as nossas
escolas não dispõem de autonomia na gestão. A nossa realidade ainda é de
pessoas morrerem nos interiores das aldeias sem atendimento medico, muitas salas
de aulas improvisadas sem material didático.
Mas diante de tanta perseguição sistemática que ultrapassa 513 anos, nos temos
projeto de povo e lutamos para conquistar a nossa tão sonhada autonomia.
Sabemos claramente o que queremos, estamos implementando um projeto societário
dos povos indígena da Bahia que é a criação da universidade indígena da Bahia,
já temos a estrutura física cedida pelo povo Tupinambá de Serra do Padeiro
através do cacique Babau: localizado no território tupinambá as margens do Rio
Una na antiga Unacau a cinco km da cidade de São José da Vitória. Com essa
Universidade em funcionamento acreditamos formar melhor os nossos guerreiros e
acelerar os nossos encaminhamentos rumo à autonomia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário