Trabalho em grupo: Angelo Santos do Carmo

Universidade do Estado da Bahia- UNEB

Departamento de Educação -Campus X- Teixeira de Freitas-Ba

Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena

Letramento e Alfabetização na Escola Indígena

Professora – Maria Nazaré Motta de Lima

Discente: Angelo Santos do Carmo

Relato de experiência: Memória das Brincadeiras e Brinquedos dos Anciãos da Aldeia Velha.

Gostaria de compartilhar uma experiência que está começando a ser executada na Escola Indígena Pataxó Aldeia Velha. Atualmente estou coordenador na citada escola e recebemos o projeto do programa mais educação. 

O PROJETO MAIS EDUCAÇÂO é uma estratégia do Ministério da Educação para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na perspectiva da Educação Integral. É elemento de articulação, no bairro, do arranjo educativo local em conexão com a comunidade que organiza em torno da escola pública, mediante ampliação da jornada escolar, ações na área da cultura, do esporte, dos direitos humanos e do desenvolvimento social.

E tem a estratégia de promover a ampliação de tempos, espaços, oportunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de educar entre os profissionais da educação e de outras áreas, as famílias e diferentes atores sociais, sob a coordenação da escola e dos professores. Isso porque a Educação Integral, associada ao processo de escolarização, pressupõe a aprendizagem conectada à vida e ao universo de interesses e de possibilidades das crianças, adolescentes e jovens.

A Educação Integral também compõe as ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação, o qual prevê que a formação do estudante seja feita, além da escola, com a participação da família e da comunidade. (manual, 2012 p12).

Pensando em agregar valor ao projeto de forma que usássemos os matérias pedagógicos dos kits disponíveis nos eixos temáticos do programa (brinquedoteca/letramento/alfabetização e matemática) bem como valorizar cultura local (indígena Pataxó).

Discutimos com a comunidade escolar onde pensamos num projeto em que estaremos reafirmando e valorizando as brincadeiras dos mais velhos de nossa comunidade, onde os mesmos estarão inseridos em todos os aspectos. Selecionamos e convidamos alguns anciãos para contarem suas brincadeiras infantis e matérias utilizados, bem como ensinar a produzir e/ou confeccionar.

Posteriormente pesquisaremos como surgiram os matérias pedagógicos utilizados nos kits pedagógicos (peteca, Bambolê, futebol de botão, bola de gude). Suas regras importância e influência na vida das crianças, fazendo “comparações” explorando e proporcionando a interculturalidade. Além da parte teórica e prática com diferentes metodologias nas diferentes turmas.

Com isso pretendíamos iniciar as atividades do mais educação envolvendo e valorizando os diferentes atores e espaços na comunidade de forma a contribuir no processo de ensino e aprendizagem escolar e integração comunitária.

O programa vem e temos que adaptar uma das dificuldades é a falta de espaço físico construído (principalmente em tempos de chuva). Com isso utilizamos a sala de aula da escola (disponível na parte da tarde), Centro Cultural, Biblioteca (com agendamento), sala da antiga escola, outros espaços da aldeia em que o monitor programar (em dia ensolarado) e casa de oração (opção).

Os conteúdos foram planejados de acordo com a realidade dos alunos e/ou turma, juntos com os professores das diferentes disciplinas, envolvendo os materiais lúdicos do projeto, os saberes dos anciãos e o potencial dos alunos. 

         Os procedimentos metológicos exposição dialogada, interpretação de texto, leitura de imagens, brincadeiras, depoimentos, exibição de fotos, pesquisa, trabalhos em grupos e individuais e seminário e atividades culturais Pataxó. A orientação é que os monitores explorásseis esses conhecimentos tradicionais através das escritas, filmagens dos anciãos de suas falas e etc.

Essa experiência se deu nós dois últimos meses do ano letivo e 2012. Percebemos que uma das dificuldades foi à falta de experiência e formação dos monitores que foram selecionados na comunidade. Pois não queríamos pessoas que morassem fora de nossa comunidade e realidade. Pretendemos dar continuidade neste ano com novo olhar e um melhor acompanhamento pedagógico e assim termos melhores resultados, tendo a experiência das aulas da LICEEI de forma a contribuir com os colegas de trabalho. Salientamos que esse período foi uma experiência para que pudéssemos explorar mais os acertos e eliminarmos o que consideramos como “erros”. Daremos continuidade no ano letivo de 2013, pois o período de duração do projeto é de 10 meses.