UNIVERSIDADE
DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO
DE EDUCAÇÃO CAMPUS VIII/ PAULO AFONSO
LICENCIATURA
INTERCULTURAL EM EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA – LICEEI
Componente
Curricular: Linguagem
Docente:
Maria Nazaré Mota de Lima
Discente:Cleriston Xavier
Povo
Indígena:Pankararé
SÍNTESE:
O texto intitulado “viver é
recriar”: um diálogo sobre a educação indígena, retrata o diálogo de Paulo Freire com alguns
missionários (Mato Grosso, 1982) e trata de um modo geral da relação entre
dominado e dominador. O mesmo afirma que é fundamental ao dominador triturar a
identidade cultural do dominado, para que assim facilmente faça a expropriação
material dos dominados, na História dele vem a cultura do branco, vem a
religião do branco, vem a compreensão do mundo branco também; a língua do
branco é a única que é língua, porque o que os negros falam é dialeto.
Ao fazer isso, porém, sempre nesse
momento em favor desse desenvolvimento do país, pretendem obter uma mão-de-obra
nessa região toda do país. Uma mão- de- obra barata, explorada, vilipendiada. É
que no momento em que a branquitude joga o índio na incerteza, eles entram de
qualquer maneira no campo da cultura indígena com essa proposta, e a resposta
do dominado é exatamente sonhar os sonhos da branquitude, é como se os
indígenas estivessem dizendo: se vocês vem pra cá oferecer pra gente os
primeiros aninhos de escola, para a gente virar operário de vocês, a gente quer
agora estudos para que possamos ser médicos, engenheiros, padres, bispos.
Os xavantes são um bom exemplo disso,
que reivindicavam as condições para irem mais longe além das barreiras de povo
dominados, e ainda recebem “um balde de água fria”, ao ouvirem: “vocês não
deveriam sonhar em serem engenheiros, médicos, porque o sistema inclusive vai
dificultar”.
Além de historicamente já serem
desfavorecidos devido a um longo período de restrições ainda há aqueles que
querem tirar até o direito de sonhar, em todo o texto é claro como o
missionário sempre busca desqualificar os índios, em vão, a meu ver, porque a
palavra sempre bem fundamentada de Paulo Freire rebate todas as afirmações do
missionário. Da mesma maneira que este episódio aconteceu há vinte anos, hoje
em dia também sofremos com essas pessoas que chegam somente para nos colocar
para baixo, sejam as secretárias empecilho nossas práticas culturais dentro da
escola, sejam as DIRECs não facilitando a vida dos professores em formação
continuada, ou o próprio estado rejeitando nossas reivindicações, mas não é à-toa
que somos guerreiros.
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