UNIVERSIDADE
DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO
DE EDUCAÇÃO CAMPUS VIII/ PAULO AFONSO
LICENCIATURA
INTERCULTURAL EM EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA – LICEEI
Componente
Curricular: Linguagem
Docente:
Maria Nazaré Mota de Lima
Discente:Jozilene Andrade de Souza
Povo
Indígena: Kiriri
SÍNTESE:
O
valor da ressignificação histórica para os povos indígenas
O texto ressalta,
sobretudo, como é a relação do dominador sobre o dominado ou sobre como seria
para eles os povos indígenas. Freire, de forma singela, defende a causa
indígena perante a visão e atitude do dominador: querer sempre invadir e
destruir aquilo que é próprio e simbólico para o povo, como sua identidade
cultural e sua oralidade, ou seja,sua verdadeira história, a qual desde a época
da colonização deveria segundo eles, deixar de existir e passar a ser
internalizada a cultura, religião e ideologias dominadoras que, para eles,
seria a verdadeira história. Pois essa seria talvez a saída para conseguir impor
tais condições esmagadoras, e os indígenas se sentiriam insignificantes,
diminuídos ou incapazes de reagir.
No entanto, por mais
que hoje ainda permeie dentro do dominado o que já havia sido imposto pelo
dominador, os indígenas mostram que, ao contrário do que alguns pensam, como um
povo guerreiro que luta para reverter tal situação, tem seus valores étnicos
culturais, sociais e humanos. E apesar de considerarem como “inveja”, a
tentativa de um melhor caminho, no que se refere à escolarização (níveis superiores)
na qual predomina a branquitude, mas pelo contrário, os indígenas têm esse
direito e muitos outros. Como afirma Freire, “o que você chama de inveja é a
necessidade de sobrevivência enquanto dominado”. (Paulo Freire. Pedagogia da
Tolerância. 2004. Pag.28)
É por isso que buscamos
realizar dentro do nosso povo uma educação escolar especifica intercultural e
de qualidade, pois cabe a nós enquanto docentes indígenas fazer da nossa
prática algo diferente - “especial”, para que essa educação tenha um propósito
maior e principalmente comum para os povos indígenas. Assim como diz Paulo
Freire:
... sonhamos com uma escola -
..., uma escola que seja vivida ou cujos conteúdos programáticos correspondam à
ansiedade dos educandos, e historicamente, culturalmente, socialmente, uma escola
em que os educandos exercitem o direito de ser sujeitos. (Paulo Freire.
Pedagogia da Tolerância. 2004. Página 35).
Um
olhar diferente
Os povos indígenas são
vistos como povos indiferentes, ou seja, de classe não dominante, mesmo com
grandes conquistas, porém de modo algum, somos vistos com bom olhar e sim com
descriminação, por parte da sociedade não indígena por termos uma cultura
diferente, um modo de viver ou até de conviver de maneira própria.
Portanto, somos vistos
como incapazes de construir algo. Ressalto que fomos obrigados a praticar uma
cultura imposta pelos não indígenas, e até hoje essa visão prevalece em toda a sociedade
brasileira. Mesmo com tanto preconceito os povos indígenas conseguiram
resistir, reafirmando sua própria identidade, sua história, sua cultura,
indignados com que fizeram com as nações, pois em momento nenhum somos vistos
como capazes e sim como dominados.
Temos uma história que sãonossos
povosindígenas, a qual podemos contar, pois sabemos da grande importância do
seu significado. Vêem-nos também com inferioridade porque o dominador vem triturando a identidade cultural dos dominados, ou seja,
nós indígenas. Como diz Paulo Freire:
O problema da dialogicidade tem
que ver não só com a teoria do conhecimento, mas, tem que ver com a postura
democrática da presença do ser como sujeito do seu conhecimento, como sujeito
da sua educação. (Paulo Freire. Pedagogia da Tolerância. 2004. Página 36).
A
visão dos verdadeiros donos do Brasil
O texto de Paulo Freire
relata vários fundamentos e questionamentos relacionados à educação escolar
indígena, ao colonizador e colonizado índio, como de menor importância enquanto
educador político.
Durante o processo de
dominação colonialista, o dominador se achou no direito de invadir
culturalmente o dominado, deixando uma brusca destruição das culturas já
existentes além de formular uma história sem fundamentos, afirmando a cultura,
religião, a língua do branco como única e classificando os índios como
incapazes. Essas afirmações não procedem, mas como não tínhamos a ambição dos europeus,
conseguiram beneficiar-se por mais de 480 anos.
Com o passar dos anos
as populações menos favorecidas foram se organizando e dando visibilidade aos
grupos existentes. O colonizador se sentiu incomodado, quando percebeu que os
grupos estavam ressurgindo preparados, com lideranças, facilitando o
esclarecimento da sua história por onde estavam passando e consequentemento, junto
a essa caminhada, surgiu o educador.
O educador indígena é
um artista, porque ele sabe a hora de usar as palavras a seu favor, como diz o
ditado popular - nem tudo que parece é. E foi esse jeitinho que os indígenas
utilizaram para fingir que não sabia, para não perder tudo que tinham de
conhecimentos tradicionais.
Conclui-se que a história
contada pelos colonizadores não tem a visão dos verdadeiros donos do Brasil, os
índios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário